quinta-feira, 26 de setembro de 2013

A Vida Eterna - 1 Coríntios 2.9

“[...] Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam.” (1 Co. 2:9)

Um dos assuntos que mais desperta a atenção das pessoas é aquele que diz respeito as coisas que estão por vir. O que é bom, pois isso deve nos despertar para buscarmos na Palavra de Deus as respostas certas. Mas com muita humildade e temor diante de Deus: Temor para não incorrermos no erro de muitos, o de dizer o que a Bíblia não diz, ou de omitir o que ela afirma. Devemos buscar a Verdade de Deus, e não os nossos conceitos pré-estabelecidos; e Humildade para admitirmos que os planos de Deus vão muito além da nossa capacidade - “porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos.” (Is.55:9)
A primeira coisa que gostaria de salientar sobre a Vida Eterna, é que ela começa aqui, mais exatamente quando o pecador é salvo e regenerado em Cristo. Desse momento em diante lhe é gerada a nova vida, “tem a vida eterna” (Jo.3.16). “A vida que agora temos é como um período de prova. É durante o espaço desta vida que devemos estabelecer o nosso estado na eternidade.” (ROSS, p.31). A seriedade disso aumenta, quando lembramos que só temos uma chance para acertar o alvo (Hb.9.27). Enquanto a vida eterna é uma condição dos regenerados, a morte também é a condição dos não regenerados, a qual pode “evoluir” para morte eterna, pois segundo Calvino, “ninguém vai para o inferno, alguns saem dele” (Ef.2.1,5; Cl. 2.13; Ap.2.11; Ap.20.6,14). Ou seja, os regenerados saíram do inferno, ao passo que os demais permanecem nele.
Embora a Vida Eterna inaugure aqui, sua plenitude somente será desfrutadas depois da nossa morte, ressurreição, segunda vinda de Cristo e juízo final. (Quanto ao estado da alma daqueles que já morreram e aguardam a ressurreição, leia na página 02 o estudo complementar). Após juízo final, onde Deus trará a público todas as coisas (Ec.12.14), passaremos a habitar nas moradas que Cristo nos prometeu (Jo.14.2-3). “Tu me farás ver os caminhos da vida; na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente.” (Salmos 16:11). “Eis o quadro da vida eterna: depois da ressurreição, teremos corpo gloriosamente transformado para ser igual ao corpo de Jesus Cristo, e habitaremos na presença dele em pleno gozo para todo o sempre.” (ROSS, p.32).
A segunda vinda de Jesus será precedida de alguns sinais. Destes, alguns já vêm se cumprindo, mas muitos outros ainda irão se cumprir: Avanço do Evangelho (Mt.24.14); Grande apostasia e perseguição (1Tm.4.1; Mt.24.22); Revelação do anticristo (1Jo. 2.18-19) e Sinais e Prodígios (Mc.13.7;Mt.24.29-30). Ao se cumprirem estes sinais, o Filho do Homem, o Santo de Deus, virá da mesmo forma como o viram subir.
Alguns detalhes importantes sobre a volta de Jesus são: Ele voltará de forma pessoal e corpórea (At1.11); De forma visível e inconfundível, não deixando dúvidas a ninguém (Mt. 24.23-27); Será repentina (Mc.13.33-37); e de forma gloriosa, quando a imagem do servo sofredor dará lugar ao Rei dos Reis vencedor (Mt.24.30). Sabendo disso, devemos rejeitar ensinos que falam sobre arrebatamento secreto, ou volta espiritual de Jesus. “A segunda vinda de Cristo se dará com o propósito de julgar o mundo e aperfeiçoar a salvação do seu povo. Anjos e homens, vivos e mortos, comparecerão perante ele para serem julgados segundo o registro que deles terá sido guardado, Mt. 24.30,31;25.31,32 [...] Enquanto ele sentenciará os ímpios ao castigo eterno, justificará publicamente os seus e os conduzirá ao perfeito gozo do seu reino eterno. Isto assinalará a vitória completa de Jesus Cristo.” (BERKHOF, 2009, p.325).
Prepara-te para prestar contas ao  teu SENHOR. Maranata!


Apêndice:

O estado intermediário - Adaptado de ROSS, p.33
Comecemos com a resposta da pergunta n° 86 do Catecismo Maior de Westminster: “A comunhão em glória com Cristo de que os membros da Igreja invisível gozam imediatamente depois da morte, consiste em serem aperfeiçoadas em santidade as suas almas e recebidas nos mais altos céus onde vêem a face de Deus em luz e glória, esperando a plena redenção de seus corpos, os quais até na morte continuam unidos a Cristo, e descansam nas suas sepulturas, como em seus leitos, até que no último dia sejam unidos novamente às suas almas. Quanto às almas dos ímpios, são imediatamente depois da sua morte lançadas no inferno onde permanecem em tormentos e trevas exteriores; e os seus corpos ficam guardados nas suas sepulturas, como em cárceres, até à ressurreição e juízo do grande dia.”
O fato de a alma do justo entrar imediatamente no céu no momento da morte é confirmado por muitos textos bíblicos: Lc.23.43; At.7.59; Fl.1.21-23. Neste último texto, se ele tivesse esperança de ser admitido na presença do Senhor somente no dia da ressurreição, não consideraria a morte como lucro. Ao contrário, em vez de desejar partir dizendo que estaria com Cristo, o que seria incomparavelmente melhor. “Estamos em plena confiança, preferindo deixar o corpo e habitar com o Senhor” (2Co. 5.8). Não existem palavras mais claras para descrever a transição imediata da alma desta vida para a presença de Cristo. É uma transição sem intervalos. Na hora da morte, os salvos recebem uma bênção, uma bem-aventurança celestial. Assim, uma maravilhosa transformação acontece a fim de qualificá-la ao seu novo estado de glória.
O estado intermediário não é um terceiro lugar diferente do céu e inferno. O estado intermediário é a condição das almas dos mortos justos que estão no céu e dos ímpios que estão no inferno, as quais aguardam a ressurreição para receberem a plenitude do céu ou do inferno.

Referência Bibliográfica:
BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. Traduzido por Odayr Olivetti. São Paulo: Cultura Cristã. 3ª Ed. 2009. 720p.
HOEKEMA, Anthony A. A Bíblia e o Futuro. Traduzido por Karl H. Kepler. São Paulo: Cultura Cristã. 2ª Ed. 2001. 413p. (Consultado)
ROSS, I.G.G. Curso Preparatório para  Pública Profissão de Fé. São Paulo: Cultura Cristã. Parte 2. 64p.

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