segunda-feira, 2 de setembro de 2013

A Remissão dos Pecados

Das profundezas clamo a ti, SENHOR. Escuta, Senhor, a minha voz; estejam alertas os teus ouvidos às minhas súplicas. Se observares, SENHOR, iniqüidades, quem, Senhor, subsistirá? Contigo, porém, está o perdão, para que te temam. Aguardo o SENHOR, a minha alma o aguarda; eu espero na sua palavra. A minha alma anseia pelo Senhor mais do que os guardas pelo romper da manhã. Mais do que os guardas pelo romper da manhã, espere Israel no SENHOR, pois no SENHOR há misericórdia; nele, copiosa redenção. É ele quem redime a Israel de todas as suas iniqüidades.” 
(Salmos 130:1-8 RA)

Eu creio na remissão dos pecados! Pois sei que de nenhuma outra forma poderia um pecador como eu ser salvo. Remir é libertar mediante pagamento de um preço. Ou seja, o Credo apostólico nos aponta para o fato da salvação dos pecadores acontecer mediante um pagamento. O que não pode ser feito pelos descendentes de Adão, pois nosso escrito de dívida supera, em muito, todas as nossas supostas justiças (Is.64.6). Que Deus nos ilumine no estudo da Justificação - o ato divino que redimiu os seus de uma vez por todas.
“A doutrina da justificação, o olho do furacão da Reforma, foi a maior preocupação do apóstolo Paulo. Para ele, ela era o coração do Evangelho (Rm.1.17), moldando tanto sua mensagem, como sua devoção e vida espiritual.” (PACKER, 2004, p.145). Para essa doutrina tão importante e central na proclamação do Evangelho, o Catecismo Maior de Westminster, resposta da pergunta 70, nos dá a seguinte definição: “Justificação é um ato da livre graça de Deus para com os pecadores, no qual ele perdoa todos os seus pecados, aceita e considera as suas pessoas justas aos seus olhos, não por qualquer coisa neles operada ou por eles feita, mas unicamente pela perfeita obediência e plena satisfação de Cristo, a eles imputada por Deus e recebidas só pela fé.” A base da nossa justificação não reside nas nossas obras, mas tão somente em Jesus. “A justificação é um ato judicial de Deus, no qual ele declara, com base na justiça de Jesus Cristo, que todas as reivindicações da lei são satisfeitas com vistas ao pecador.” (BERKHOF, 2009, p.473). Diante do escrito de divida do pecado dos eleitos, Deus provê para si o fiador (Gn.22.8), que Jesus Cristo, o santo, justo e perfeito. Cumpridor de toda a lei em nosso lugar.
Atrelada a justificação, está a fé. Pois “todo aquele que nele crê recebe a remissão de pecados” (At.10.43). A fé é o órgão de apropriação. “[...] a fé é o órgão pelo qual nos apropriamos da justiça de Cristo como base da nossa justificação, e não o órgão pelo qual nos apropriamos da justificação propriamente dita.” (BERKHOF, 2009, p.481). A fé que nos é dada, compunge nossos corações na direção de Cristo, abrindo mão de tudo o que somos e temos, confiando apenas no perdão e na graça do Senhor.
Outros dois fatores, que também seguem associados ao perdão dos nossos pecados, está o arrependimento e a confissão dos nossos pecados. Um dos grandes males da igreja pós-moderna é ter se tornado tolerantes com pecado, ao ponto de não o confrontarmos, o que coloca a remissão dos pecados em cheque, pois Atos 3.19 diz: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados,”. “O arrependimento é de tal modo necessário que, sem ele, não há perdão.” (ROSS, p.24). Arrependimento é o abandono das más obras e um consistente retorno para Deus. É vomitar as práticas pecaminosas e buscar não regurgitá-las. Trata-se de uma entrega total a Jesus.
Enquanto isso, a confissão é o ato de publicarmos nossas mazelas diante de Deus, e por vezes, diante dos homens. O legítimo arrependimento nos impulsiona a uma confissão sincera. Pois: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” (1 João 1:9); (Sl.32; Sl.51).
Concluindo, a remissão e perdão dos nossos pecados, além da Salvação, nos confere a obrigação Cristã de perdoarmos incondicionalmente nossos irmãos. (Mt. 18.21-35). Não é fácil, mas Cristo nos perdoou algo muito maior. (Veja mais sobre perdão aqui.) Se vês dificuldade, faça como os discípulos: “aumenta-nos a fé” (Lc.17.3-10). Que o Senhor nos abençoe.


Referência Bibliográfica
BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. Traduzido por Odayr Olivetti. São Paulo: Cultura Cristã. 3ª Ed. 2009. 720p.
HOEKEMA, Anthony A. Salvos pela Graça. Traduzido por Wadislau Gomes. São Paulo: Cultura Cristã. 3ª Ed. 2011. 271p. (Consultado)
PACKER, J.I. Teologia Concisa. Traduzido por Rubens Castilho. São Paulo: Cultura Cristã. 2ª Ed. 2004. 224p.
ROSS, I.G.G. Curso Preparatório para  Pública Profissão de Fé. São Paulo: Cultura Cristã. Parte 2. 64p.




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