domingo, 14 de julho de 2013

O Batismo com o Espírito Santo - Marcos 1.7-8 / Atos 1.4-11

E pregava, dizendo: Após mim vem aquele que é mais poderoso do que eu, do qual não sou digno de, curvando-me, desatar-lhe as correias das sandálias. Eu vos tenho batizado com água; ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo.” (Marcos 1:7-8 RA)

E, comendo com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, a qual, disse ele, de mim ouvistes. Porque João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias. Então, os que estavam reunidos lhe perguntaram: Senhor, será este o tempo em que restaures o reino a Israel? Respondeu-lhes: Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua exclusiva autoridade; mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra. Ditas estas palavras, foi Jesus elevado às alturas, à vista deles, e uma nuvem o encobriu dos seus olhos. E, estando eles com os olhos fitos no céu, enquanto Jesus subia, eis que dois varões vestidos de branco se puseram ao lado deles e lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para as alturas? Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir.” (Atos 1:4-11 RA)

Hoje continuaremos tratando sobre o Espírito Santo, mais especificamente, sobre o Batismo com o Espírito Santo. Dessa forma, teremos um duplo propósito, definir biblicamente (princípio fundamental de interpretação da Bíblia é que ela se interpreta) o que é esse Batismo e tentar corrigir pensamentos errados, uma vez que é amplamente difundido no meio evangélico doutrinas equivocadas a esse respeito.
A expressão “Batismo com o Espírito” não é encontrada no A.T., mas podemos encontrar algumas menções proféticas sobre o derramamento do Espírito: Ez. 36.25-27; Is. 44.3; Jl.2.28-29. João Batista, o último profeta à semelhança dos demais do A.T., também falou sobre o derramar do Espírito Santo, mas sendo o primeiro a colocá-lo como Batismo: Mt.3.11; Mc.1.7-8; Lc.3.16; Jo.1.24-30. Conforme as profecias apontavam, Jesus segue afirmando o que João e os demais profetas ensinaram, mostrando que o Espírito seria derramado plenamente, após a sua ascensão: Jo.3.5-6; At.1.5; Jo.14.16-17,26; 16.7-15; 20.22. Assim, “O batismo com o Espírito Santo seria seu prometido derramamento, em medidas desconhecidas até então.” (ROSS, p.7) O que capacitaria e impulsionaria os discípulos na Evangelização e formação da Igreja.
O derramar do Espírito Santo aconteceu no dia de Pentecostes. Esse fato foi detalhadamente registrado em Atos 2.1-13. E segundo René Pache, ao analisar 1Coríntios 12.13, “[...] o batismo do Espírito Santo é o ato pelo qual Deus nos faz membros do Corpo de Cristo.” (PACHE, 1957, p.80). “Portanto, o batismo com o Espírito Santo descreve a entrada dele na vida do homem, a fim de dar início a todos os propósitos de Deus na salvação do pecador.” (ROSS, p.8). “O batismo do Espírito e a regeneração são, pois, simultâneos.” (PACHE, 1957, p.83). “A regeneração é o milagre pelo qual a alma é ressuscitada, recriada e recebe a vida eterna. Jesus chama também a esta experiência o nascimento do alto.” (PACHE, 1957, p.78).
Entendido isso, precisamos esclarecer o que exatamente aconteceu com os discípulos no Pentecostes, e posteriormente, com os gentios (Atos 10.44-48). “Os cento e vinte discípulos do Pentecostes, tendo pertencido a duas dispensações diferentes, receberam uma experiência que não pode ser comparada a nossa em todos os pontos. (PACHE, 1957, p.83). “No Pentecostes, os cento e vinte discípulos receberam, não somente o batismo do Espírito, mas eles foram cheios dele.” (PACHE, 1957, p.88). O que também somos orientado a fazer em Efésios 5.18 “enchei-vos do Espírito”. Por outro lado, em nenhum lugar das Escrituras você verá a indicação para os cristãos “buscai o batismo do Espírito”, pois todo o que é nascido do alto, já é batizado pelo Espírito, e lembremos que há “um só batismo” (Ef.4.5).
Para finalizar, perguntamos: é necessário que haja manifestações como “dom de língua” para se certificar que houve o batismo com o Espírito Santo? Você não encontrará nenhuma menção desse tipo nas Epístolas. Mas no Pentecostes (At.2.1-13) e na casa de Cornélio (At.10.44-48) vemos algo especial, pois “[...] houve absoluta necessidade dum sinal exterior; se não os discípulos não podiam saber que o Espírito tinhas descido, nem que Ele podia ser dado aos pagãos convertidos. Para nós que vimos após este período, nenhuma passagem liga necessariamente o batismo do Espírito com o dom das línguas.” (PACHE, 1957, p.88).
E lembre-se: “No que diz respeito a agitações, crises, tremuras, contorções, e tudo mais que, segundo alguns, acompanham o batismo do Espírito, a Bíblia não somente não fala nelas, mas afirma solenemente que Deus é um Deus de paz, de ordem, de decência e ao mesmo tempo de santidade (1Coríntios 14.33-44). Se tais coisas se produzem, não podem ser, portanto, vindas do alto!” (PACHE, 1957, p.89).
Não engula tudo o que se diz, verifique, examine as Escrituras para saber se de fato as coisas procedem. Que Deus nos abençoe.

Referência Bibliográfica

BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. Traduzido por Odayr Olivetti. São Paulo: Cultura Cristã. 3ª Ed. 2009. 720p. (Consultado)
HODGE, Charles. Teologia Sistemática. Traduzido por Valter G. Martins. São Paulo: Hagnos. 2001. 1711p. (Consultado)
PACHE, René. A Pessoa e a Obra do Espírito Santo. Leiria Portugal: Edições Vida Nova. 1957. 257p.
PACKER, J.I. Teologia Concisa. Traduzido por Rubens Castilho. São Paulo: Cultura Cristã. 2ª Ed. 2004. 224p. (Consultado) 
ROSS, I.G.G. Curso Preparatório para  Pública Profissão de Fé. São Paulo: Cultura Cristã. Parte 2. 64p.




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