Desde
o princípio, Deus usou homens capacitados por ELE para determinados fins e tudo
com o propósito maior de dirigir o Seu Povo. Esses homens não possuíam
nenhuma capacidade sobrenatural, algo como poderes mutantes ou paranormais. Todos eles eram
homens normais em essência, mas na prática, nem tão normais, pois não é todo
dia que vemos alguém orando e fogo descendo do céu, e outro fazendo os astros
celestiais estacionarem em suas orbitas até que o Povo de Deus obtivesse a
vitória. O que os diferenciava esses homens dos demais era a capacitação vinda
da parte do Espírito Santo de Deus.
No
Antigo Testamento essa capacitação era intermitente e com fins específicos. Mas
essa realidade mudou a partir do derramar do Espírito no Pentecostes, outrora
profetizado por Joel em seu livro (Joel 2.28). Na nova dispensação, Deus passa
a conduzir seu povo através da ação do Espírito Santo na vida de homens
escolhidos para este fim, conferindo a estes dons espirituais, habilitando e
capacitando-os para exercer seus ofícios dentro da Igreja do Senhor, ou seja, o
novo Israel.
No
contexto da Igreja Primitiva só encontramos duas classes de oficiais:
Presbíteros e Diáconos. Estes eram os homens responsáveis por conduzir a Igreja
do Senhor Jesus nos primeiros séculos.
Os presbíteros
eram os líderes e se dedicavam à direção das igrejas, ao ensino da doutrina
cristã e à pregação do evangelho. A palavra grega “presbyteros” quer dizer
"ANCIÃO". Nos tempos do NT os presbíteros também eram chamados de
BISPOS. Tudo isso implicava no ofício de supervisionar o bom andamento da
Igreja em todas as suas áreas. Os próprios apóstolos eram presbíteros (1Pedro5.1),
mas os demais presbíteros não são apóstolos, pois o colégio apostólico estava
restrito àqueles que acompanharam o ministério de Jesus. Podemos ver isso muito
bem descrito em Atos: “20b Tome outro o
seu encargo (bispado). 21 É
necessário, pois, que, dos homens que nos acompanharam
todo o tempo que o Senhor Jesus andou entre nós, 22 começando
no batismo de João, até ao dia em que
dentre nós foi levado às alturas, um destes se torne testemunha conosco da sua
ressurreição. 23 Então, propuseram dois: José, chamado
Barsabás, cognominado Justo, e Matias. 24 E, orando, disseram: Tu,
Senhor, que conheces o coração de todos, revela-nos qual destes dois tens
escolhido 25 para preencher a vaga neste ministério e
apostolado, do qual Judas se transviou, indo para o seu próprio lugar. 26 E os lançaram em sortes, vindo a sorte recair
sobre Matias, sendo-lhe, então, votado lugar com os onze apóstolos.” (Atos
1:20-26).
Portanto,
qualquer reivindicação de credencial apostólica nos nossos dias é absurda, para
não dizer mentirosa. Pressupondo que nenhum dos que testemunharam os eventos
descritos no texto de Atos estão vivos, podemos dizer categoricamente que não
existem mais apóstolos entre nós.
O
último homem chamado para o apostolado, foi Paulo, o qual não se julgava
merecedor dessa graça, chamando a si mesmo de “nascido fora de tempo”. “8 e,
afinal, depois de todos, foi visto
também por mim, como por um nascido fora de tempo. 9
Porque eu sou o menor dos
apóstolos, que mesmo não sou digno
de ser chamado apóstolo, pois persegui a igreja de Deus. 10 Mas,
pela graça de Deus, sou o que sou; e
a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito
mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo.” (1
Coríntios 15:8-10) Mesmo nascido fora de tempo, Paulo atendeu às credenciais
apostólicas e fora constituído “apóstolo dos gentios” Rm.11.13.
A
outra classe de oficiais que auxiliavam os presbíteros na condução do povo de
Deus, eram os Diáconos:
Os diáconos
eram pessoa que ajudavam nos trabalhos de administração da igreja e cuidavam
dos pobres, das viúvas e dos necessitados em geral. O diácono também pregava o
evangelho e ensinava a doutrina cristã. Este oficialato foi instituído pelos
apóstolos em Atos 6.1-7. Em função do crescimento da igreja, os apóstolos
ordenaram a escolha de sete homens, crentes fieis que pudessem assistir os
necessitados da Igreja.
Junto
com os presbíteros, os diáconos compunham a liderança da Igreja local, sobre a
qual, os “plantadores de igreja” constituíam esses líderes primeiro, para
depois seguirem no desbravar de novos campos (1Tm3.8; Tt.1.5-9).
Mas
infelizmente, o que vemos ao longo da história, e especialmente em nossos dias,
é uma crescente variedade de títulos eclesiásticos. Homens se “consagrando”
apóstolos, patriarcas, arcanjos, papado, sacerdotes e tantos outros. Tudo isso
em busca prestígio e reconhecimento dos homens. Pois aqueles que o Senhor
reconhece são aqueles apresentados acima.
Acredito
que pelos constantes escândalos envolvendo líderes de igrejas, títulos tão
belos como pastor, vem perdendo valor por parte da sociedade. Daí surge a
necessidade de novos títulos, mas de nada adianta trocar o rótulo e conservar
dentro de si a podridão do mundo e do pecado.
Homens
do Senhor, não busquem para vocês títulos, mas busquem fazer a vontade de Deus.
O ÚNICO MERECEDOR DE RECONHECIMENTO E DE TODOS OS SANTOS TÍTULOS É O NOSSO
SENHOR JESUS. Nós não passamos de servos inúteis.
Apêndice:
Formula: Como Identificar um Verdadeiro Apóstolo
Viu o Senhor: 1Coríntios 9.1, 15.8;
Foi Escolhido e Enviado pelo Senhor: Lucas 6.13; João 6.70; Atos 9.15, 22.21;
Testemunhou sua ressurreição: Atos 1.22; 1Coríntios 15.8-15;
Lançaram e Formaram o alicerce da Igreja, da qual Jesus é a Pedra Angular: 1Coríntios 3.10; Efésios 2.20;
Qualquer pessoa que não cumpra tais requisitos, não é apóstolo, e sim um impostor: Apocalipse 2.2; 2Coríntios 11.13-15; 2Timóteo 3.13;
Você também poderá gostar:
Nenhum comentário:
Postar um comentário