“Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; e, tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim. Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha. Por isso, aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e, assim, coma do pão, e beba do cálice; pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si. Eis a razão por que há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos que dormem.” (1 Coríntios 11:23-30 RA)
Introdução:
Introdução:
O evento que inaugura e
marca a formação de Israel como nação é saída do Egito, iniciando a
peregrinação rumo a Canaã. Quando chegaram ao Egito, nos tempos de José e de
Jacó, cerca de 400 anos antes do Êxodo, eram apenas um pequeno grupo de
pastores de ovelhas, mas agora colocavam-se em marcha um grupo, que segundo
estimativas, superava a casa dos 2 milhões, podendo chegar a 5 milhões, se
contarmos mulheres, crianças e outros agregados.
Para deixar marcado no
coração da nação de Israel esse feito de Deus, o Senhor institui a Páscoa, que
literalmente significa passagem. Nesse rito memorial, o povo deveria se lembrar
do que havia passado no Egito, crer no livramento de Deus, e estar preparado
para a viagem rumo a Canaã.
Para o exercício de
celebração da Páscoa, os Judeus saiam de onde estavam e se ajuntavam em sua
capital. Ali celebravam, confraternizavam, alimentavam espiritual e
materialmente. Enfim, tudo isso colaborava para o fortalecimento da identidade
daquele povo, como pertencentes a Deus.
Apesar de Israel, enquanto
estado político ainda existir, bom como a religião judaica, sabemos que Jesus
Cristo, o Filho do Deus Vivo, veio ao mundo como a plenitude da Revelação do
Pai, inaugurando um novo povo, um novo Israel, debaixo de uma Nova Aliança, não
mais firmada sobre o sangue de animais, mas firmada pelo sangue do próprio
Cristo.
Por isso, como marco
inaugural dessa nova nação, Jesus institui o perpétuo sacramento da Santa Ceia,
o qual deve “ser observado em sua Igreja até o fim do mundo” (CFW).
Com o propósito de esclarecer
um pouco mais sobre este assunto, vejamos a Santa Ceia, um sacramento conjugado em três tempos.
O texto bíblico no qual
apoiaremos nossa argumentação se encontra na Primeira Carta de Paulo aos
Coríntios, conforme transcrito acima.
A Igreja de Corinto deu
bastante trabalho ao apóstolo Paulo, pois ela foi fruto direto do seu trabalho
evangelístico e quando ele precisou se ausentar para evangelizar outras
regiões, falsos ensinos entraram na igreja, cristãos se desviram do bom caminho
do evangelho e até mesmo a Santa Ceia do Senhor foi maculada, pois começou a se
tornar momentos de glutonarias e bebedices, onde os ricos comiam e os pobres
sentiam o cheiro. (1Co.11.20-22)
Por isso, Paulo trata do
correto uso da Santa Ceia do Senhor Jesus dentro da Igreja, bem como seu
propósito no meio do povo de Deus.
Apesar do nome “Santa Ceia
do Senhor” não ser um verbo, gostaria de “conjugá-la” nos tempos do passado, presente e futuro.
1- A Santa Ceia no Passado v.24-25 (em memória);
Assim como a Páscoa dos
judeus era um memorial de sua libertação da escravidão, bem como da forma como
o Senhor livrou aqueles que estavam debaixo do sangue do cordeiro da espada do
anjo da morte, a Santa Ceia do Senhor Jesus é um memorial perpétuo para usa
Igreja. Uma forma de olharmos para a Cruz e lembrarmos que o castigo que nos
traz a paz estava sobre ele.
Jamais podemos apartar da
nossa memória o fato de que Cristo foi moído pelas nossas transgressões,
rasgado por elas à semelhança do pão usado no momento as Ceia. Com esse ato, os
pastores estão encenando o Evangelho, portando, anunciando-o aos que assistem e
participam do Sacramento.
Gravar em nossos corações,
com ponteiro de aço essa imagem, pode nos prevenir de inúmeros pecados, tais
como orgulho, soberba, arrogância e prepotência. Pois diante da cruz, não há
lugar para nada disso, vemos que tudo o que temos, ou somos é pela Graça.
A Santa Ceia é um momento
para lembrarmos que os nossos pecados trazem conseqüências, tanto para nós,
como para aquele que os tomou sobre si. O que faz da Santa Ceia um momento de
encorajamento para vencermos o pecado que tenazmente nos acedia e correr com perseverança
a carreira que nos está proposta.
Por isso, ao conjugar a
Santa Ceia no passado, nos lembramos que Cristo morreu por nós e que se não
fosse ELE ter morrido, nós é que morreríamos eternamente. Ao olha para traz, seja
grato ao Senhor.
2- A Santa Ceia no Presente v.27-30 (em atitude)
O sacramento as Ceia não é
apenas um memorial, mas ele traz implicações para o presente. Quando Israel se
reunia para celebrar a Páscoa, era momento de confraternização, mas acima de
tudo, de confirmá-los enquanto nação, povo de Deus.
No presente, devemos
conjugar a Santa Ceia do Senhor com reverência em nossos corações, como temor,
amor, alegria e singeleza do coração. Sabendo que fomos alvos da graça de Deus.
Dispostos a perdoar como o Senhor nos perdoou. A Ceia nos une enquanto povo de
Deus em comunhão, mas acima de tudo nos une a pessoa de Cristo, pois ELE se faz
presente espiritualmente na Ceia, nos fortalecendo e confirmando em nós que
somos de fato filhos de Deus, co-herdeiros com Cristo.
A atitude de um servo de
Deus, participante da Ceia, deve ser de buscar viver de acordo com a vontade de
Deus. Desfrutando das bênçãos de estar unido a pessoa de Cristo, mas ao mesmo
tempo, buscar cumprir diligentemente com seus compromissos.
3- A Santa Ceia no Futuro v.26 (em proclamação)
A Santa Ceia, conjugada no
futuro, visa anunciar ao mundo que aguardamos a volta do Senhor Jesus. O que
configura a celebração desse Sacramento como uma forma fiel de exposição da
Palavra de Deus. Os reformadores nos ensinam que a o Sacramento da Santa Ceia
deve ser celebrado como uma encenação do Evangelho, com o mesmo valor da
Palavra pregada.
Por isso, conjugamos a Santa
Ceia do Senhor no futuro proclamando o Evangelho, especialmente o retorno de
Cristo. Assim desafiamos os pecadores ao arrependimento e nos encorajamos
mutuamente a continuarmos caminhando rumo a Canaã celestial.
Com a nossa participação na
Ceia do Senhor, estamos proclamando ao mundo que Jesus voltará para nos buscar.
Mas de nada adiantará, participarmos da Ceia, anunciando essa verdade, e no
cotidiano não expressarmos tal verdade às pessoas. Proceder de tal forma, nos
faz incoerentes com a verdade. Proclamar a volta de Jesus na Ceia e no
dia-a-dia é tarefa de todo cristão.
Conclusão
Não participe deste
sacramento de qualquer forma, pois essa atitude impensada já havia trazido
conseqüências amargas para a igreja de corinto, visto que muitos já estavam
doentes e outros até mesmo morrido, devido a participação não conjugada desse
meio de graça.
Participe com alegria e
singeleza de coração desse momento tão belo e edificante da Igreja de Cristo.
No ato da Ceia, o cristão desfruta de uma comunhão toda especial com Cristo.
Prepare-se sempre com zelo, lembrando-se sempre olhas para o passado lembrando
com gratidão, vivenciar o presente com atitude e reverência, apontar para o
futuro com fé proclamando que o Senhor Jesus Vem.
Obras Consultadas:
BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. Traduzido por Odayr Olivetti. São Paulo: Cultura Cristã. 3ª Ed. 2009. 720p.
PACKER, J.I. Teologia Concisa. Traduzido por Rubens Castilho. São Paulo: Cultura Cristã. 2ª Ed. 2004. 224p.
Nenhum comentário:
Postar um comentário